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  • Foto do escritorAlexandre Tatsuya Iida

Sumô e Sake


Alguns sabem que pratiquei KENDÔ por muitos anos e hoje treino a mente, pois o físico desistiu HAHAHAHAHA! E uma coisa que praticantes de artes marciais tem o maior respeito por outras artes. E o SUMÔ é uma das lutas que aprecio muito, embora ainda não consiga saber das regras e nome de golpes.


Mas sabe o que é o mais legal? Estudei a cultura do SUMÔ para entender o Sake. Em livros e sites, você consegue estudar a bebida. Isso mesmo SÓ a bebida. Agora quando se trata da cultura, você precisa conquistar várias trilhas da mesma montanha, o que produtores de sakes dizem:


“Você precisa de 3 vidas para compreender o Sake”


E um caminho que tomei, foi enxergar o Sumô além da competição. Um Sakagura pode parecer apenas uma empresa, mas seguem associações locais, estaduais e federais assim como uma organização do Sumô.


Dentro do HEYÁ 部屋 que seria a “academia” para o nosso compreendimento, é recheado de regras hierárquicas. Muitos moram no HEYÁ e compartilham a sua vida com os outros. Os mais novos acordam super cedo para começar a compra e o preparo do CHANKO ちゃんこ (já falo dele), auxiliam os mais velhos, vai comprar cigarro, pegar jornal, limpar o DOHYÔ 土俵, preparar equipamentos, etc.



Numa SAKAGURA, produtores moram juntos, pois muitos são DEKASSEGUIs 出稼ぎ, trabalhadores que se afastam de sua cidade para trabalhar fora. Para isso a fábrica providencia o alojamento para os KURABITOs. E lá seguem a hierarquia para quem vai arrumar os quartos e as refeições. Além de trabalhar na produção de sake.


De papo com o @takahiguchi, referência no Sumô do Brasil, ele me contou muitas coisas legais, que aliás merecia uma palestra ou live, o que acham?


No Japão tem muitos Trocadilhos Culturais. Por exemplo, o Taka me contou sobre o NATTÔ no Sumô. A gosma que solta do Soja fermentada, fios puxando os grãos, é chamado em japonês de NEBARI 粘り. E para quem já assistiu uma luta de Sumô, depois do primeiro choque entre os lutadores, de acordo como os braços se encaixam, pode definir ali mesmo e é uma questão de tempo para ser jogado para fora do DOHYÔ. A não ser que você crie o NEBARI que também significa “Persistir, aguentar, suportar, segurar” que é sentimento fundamental do praticante de Sumô.



Taka me contou a história que quando começa a temporada dos BASHÔs 場所, o torneio nacional os lutadores comem frango, pois ele sempre ficam em pé com duas patas. SIM!! Além de perder a luta quando o lutador sai do DOHYÔ, é desclassificado quando encosta a mão dentro da área demarcada. Achei sensacional!!


Taka, muito obrigado e quero aprender mais! E com certeza, uma das poucas artes que caminha junto com a gastronomia.


Ah é. CHANKO é um termo que nasceu em Nagasaki, onde o povo de Kyushu chamam os pais de TÒCHAN e KÁCHAN para “papai” e “mamãe” respectivamente. Então pegou o CHAN como “Pais” e KO” quer dizer “Filho”. Então a definição de CHANKO é:


“Refeição onde reûne o PAI (OYAKATA 親方) e os discípulos (Filhos)”.


E eu achando que CHANKO fosse nome de um prato. CHANKO NABÊ já é outra história para um próximo post.





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