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Foto do escritorAlexandre Tatsuya Iida

Sorvete no Inverno


Cara, se tem uma coisa que amo de paixão no Japão é o lendário YUKIMI DAIFUKU 雪見だいふく, doce de mochi com recheio de sorvete criado pela Lotte no Japão.

E para quem leu o post sobre os 3 minutos do ramen, aqui também pensaram na psicologia para promover o produto. Vejam só.

Um dia em 1980, desenvolvedores de doces da Lotte, quando voltavam da cidade de Hakata em Fukuoka, terra do Adegão, se encantaram com um tradicional doce de lá (que sou tarado). Feito com uma fina e macia casquinha de farinha de trigo com recheio feito de Azuki e gema de ovo.

Pensaram: “E se a gente colocar sorvete?”, já que a nenhuma fábrica não conseguia vender sorvetes no inverno japonês. Então passaram a estudar os formatos e sabores. O sorvete em si é de baunilha. Mas a casca foi o grande desafio.

Em setembro do mesmo ano, a Lotte lança o WATABÔSHI, doce feito com Marshmallow e sorvete dentro e se tornou um grande sucesso entre as colegiais japonesas. Um sorvete que pudesse comer sem sujar as mãos.

Acertaram em partes, do fato de comer pouquinho, sem o uso de talheres, tigela ou palito. Mas a Lotte queria que literalmente todos pudessem curtir e principalmente no inverno.

Fora que criaram um doce “estrangeiro”. Então correram para substituir o Marshmallow em MOCHI, lembrando do DAIFUKU 大福. Uma ideia sensacional, porém virou uma dor de cabeça. O MOCHI é duro quando frio, mole quando quente. E o sorvete, como faz?

Então não podia ser o clássico MOCHI e sim o GYUHI que é feito com a mesma massa de arroz só que em pó, xarope e açúcar. E vai esticando deixando a massa bem fofinha, mesmo gelado.

E pronto. Uma explosão de vendas e principalmente no inverno, quando os japoneses estão numa sala quentinha, quase com calor e vão comer um WAGASHI, mas com sorvete dentro.



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