Há muitos anos, eu estava no balcão de um restaurante japonês jantando sozinho no meu canto favorito, batendo papo com os dois Sushi Shokunins. Aí 3 moças também se acomodaram no balcão e começaram a pedir os pratos.
Na hora do o-que-gostariam-de-beber:
“Vou querer um Sake, já que estamos num japonês.”
Um pedido clássico que veio de duas moças. Só que a que sentou ao meu lado olha para as duas e:
“Ai, eu odeio Sake. Parece uma cachaça.”
O garçom que estava atendendo e os dois Shokunins, estavam com a cara de velório e olhando para mim. Sinceramente eu estava de boa, curtindo a minha garrafa de Junmai Guinjo recém chegado do Japão. E outra, estava de folga. Não me meto onde não sou chamado.
As bebidas chegaram e as duas amigas se deliciaram com o Sake. A terceira olha e:
“Nossa, não consigo mesmo entender gente que toma sake. Que horror ihihihih”
Aí uma delas pergunta:
“Mas você já tomou sake?”
Daí: “Tomei sim, faz um tempo. A única vez que tomei e gostei foi quando me serviram um drink com um sorvete de melão espetado na taça.”
Bom, tudo tem um limite.
Pedi uma taça de vinho branco para o Shokunin que sorria de nervoso e deixou as facas bem longe de mim. Peguei a minha garrafa que estava no balde, escondi o rótulo com o lenço e servi uma dose para a moça.
“Me desculpe, acabei ouvindo a conversa de vocês e não pude me conter. Gostaria de uma taça? É um vinho.”
Ela tomou e:
“Isso sim que é uma bebida sofisticada, gostosa e que perfume incrível! Qual é esse vinho?”
Mostrei a garrafa e disse que era um Sake. As duas caíram na gargalhada e os 3 garçons com balde de pipoca para ver o caos que ia virar.
Expliquei super de boa mesmo, até pedi desculpas porque não era minha intenção constranger a moça e sim mostrar que como todas bebidas do mundo existem uma infinidade de perfis.
Depois foi bem divertido e demos muitas risadas. Então, aqui fica uma lição. Para amar ou odiar, você precisar conhecer um pouco sobre o assunto.
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