Já é o meu 18º ano que trabalho com Sakes e já vi muita coisa até então. E provei muitos sakes, dos caros, raros, que já foram extintos, os diferentes e os básicos.
E gosto do Sake caminha junto com a nossa vida. No começo você quer provar os melhores, os mais premiados, os sakes que famosos tomam. Agora com o tempo, você vê cada coisa, do belo ao surreal e chega-se a uma conclusão. O que importa é se você gosta do sabor ou não. O resto agrega no comercial. Prêmios vêm e vão. Títulos ganham e perdem a cada ano.
O bom de trabalhar com os Sakes Daiguinjo e Guinjo é que eles têm um padrão. São frutados, elegantes, chiques e mantêm um status de sofisticação. Talvez seja mais seco ou suave entre eles, corpo de propriedades aromáticas entre melão à maçã. Realmente é muito bom e o que mais vendemos aqui na Adega de Sake.
E muitos me perguntam o que gosto. Assim como na gastronomia, gosto de rango, gosto do popular, gosto da vida sem regras exageradas.
Farei um comparativo entre o Sake e o Atum. Gosto muito dos sakes básicos, pois tem mais umami, complexidade no sabor, mais em conta, posso alterar a temperatura de serviço do gelado (5ºC) ao quente (50ºC). Se quiser combinar com vários pratos, a cada mudança de temperatura, a harmonização muda.
O mesmo acontece com o Atum. Enquanto o pessoal se mata em pagar um caro Torô e mesmo gostando não se consegue comer tanto (é o mesmo que comer 500g de cupim). Gosto muito do Akami e falo para muita gente. Rico em proteína, aminoácido (umami), ferro, mais corpo e carne mais firme para vários tipos de preparo. O ZUKÊ por exemplo. Fazer um Steak ao Missô, com borra de Sake, carpaccio, salada, Shôgayaki, Kakuni.
Acho que estou velho. Parei de me importar com tanta coisa e focar nas coisas boas da vida. Viver sem estresse. Estresse de querer ser algo que não sou, ser maior ou melhor, único ou pioneiro, mais famoso ou com seguidores. Parei com quase tudo.
Faço o meu, do meu jeito com pessoas que gosto, como e bebo as coisas que me agradam.
É a vida.
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