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  • Foto do escritorAlexandre Tatsuya Iida

O Hashi e o Gohan


Desde pequeno, meus pais me falavam: “Para entender a cultura do Japão, entenda primeiro a gastronomia.” E literalmente faço isso todos os dias. Muitos pensam que sei bastante coisa sobre o Washoku, mas saiba que todo santo dia estou aprendendo.


Para orar pela minha sogra e sob o olhar carinhoso do Monge (que fez a leitura do Okyô do Mestre Haraguchi), estava no altar improvisado, o Chawan com o HASHI espetado no Gohan. Só sei que eu tomava bronca se eu fizesse isso na hora da refeição. Uma vez na minha cozinha, dois funcionários quase saíram na mão porque um entregou a tigela de arroz com o Hashi espetado. Claro que um não era descendente de japoneses e conseguimos contornar a coisa.


Então sabemos que:


“Não se pode espetar o Hashi no Gohan”


Só que muitos não sabem o motivo.


Para a oração durante o velório, deve-se trazer o Chawan que a pessoa usava com gohan e o Hashi que usava com frequência. Espeta-se no arroz os dois juntos como se fosse um. Esse ritual é chamado de MAKURA MESHI 枕飯, ICHIZEN MESHI 一膳飯 ou IPPAI MESHI 一杯飯.

E seu significado é sempre o último Omotenashi:


Que a pessoa que está partindo, faça a sua refeição na terra.


Que a pessoa possa levar um Bentô durante a passagem.


Que o HASHI 箸, homônimo de HASHI 橋 = “Ponte”, que atravesse para o céu. Por isso, os Hashis devem estar em perpendicular.


É isso, meus queridos. O Washoku está presente em todos os momentos do cotidiano dos japoneses, nem sempre felizes.


Mas é o ensinamento.






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