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  • Foto do escritorAlexandre Tatsuya Iida

O Brasil em Guinza


Das milhares de onomatopeias japonesas, uma que se chama BURA BURA ブラブラ significa “Estar ou caminhar sem rumo”. Outros podem entender como “Ocioso” Só que ocioso dá a impressão de que a pessoa está parada. O BURABURA é mais para “Bater perna”, quando não temos um destino específico para ir. “Ah, vou dar uma volta”, “Vou num rolê”.


Nós homens também usamos a palavra para dizer que algo balança sem direção, mas vou poupar os detalhes.


Agora, muitos japoneses jovens, nem fazem ideia de onde vem o termo. Ele é a soma do luxuoso bairro de Guinza em Tokyo e o café brasileiro. Em 1911 quando Ryu Mizuno recebeu os grãos de café do Governo do Estado de São Paulo, fundou o CAFÉ PAULISTA カフェパウリスタ no bairro mais chique do Japão e hoje considerado a casa de bebidas quentes mais antiga do país.


Então quando o café do Brasil, de um país muito longe do outro lado do Japão chegou em Tokyo, uma enxurrada de clientes correram para Guinza. E com filas imensas que dobravam quarteirões, muitas lojas se instalaram ao redor para aproveitar a presença do público.


Tornou-se um dos programas favoritos de quem mora em Tokyo e turismo para quem era de fora da cidade, tomava um café do Brasil e aproveitava para “bater perna” e conhecer o bairro.


E esse tour foi chamado de GUINBURA 銀ブラ onde GUIN é o bairro de Guinza e BURA de BURAjiru, o nosso Brasil.


Com o tempo, foi cortado o GUIN e repetiu o BURA. Legal, né? Podia, um dia reunir especialistas em café para ir ao CAFÉ PAULISTA e levar os nossos grãos atualizados. Na vez que fui, serviram “chafé”. E pode se dizer que o nosso café contribuiu para a expansão deste sofisticado bairro.

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