Em 1992 quando tinha 16 anos, eu e um grupo de alunos procurávamos um lugar pra jantar perto da estação de Hiroshima
E nos becos, achamos uma casa de Domburis bem barato. Um lugar pequeno, 6 mesas, 1 balcão, 1 casal para nos atender.
Com 16 anos de idade você quer comer é volume. Então eu e o Maikel sentamos no balcão. Um puta de um Katsudon gigante de 500 ienes com fatias de Takuan e Missoshiru. Mano, era tão bom que a gente pedia outro, já que a gente tinha 1000 ienes pro jantar.
A senhorinha gordinha, baixinha de óculos e tinha a voz a força da Suzana Vieira, nos atendia berrando e rindo. Constrastava com o marido que mal olhava para os clientes e ficava de costas fritando as carnes. Ela amou a gente, que não parava de elogiar a comida.
ÓBVIO que voltamos na noite seguinte com mais gente. Agora já sabendo do esquema, enquanto come o primeiro Katsudon, já vai pedindo o outro pra ganhar tempo. Que maravilhoso!! Carne na espessura certa, suculência do Dashi com o Ovo, conserva de Nabo de supermerdado e missoshiru instantâneo. Pelo preço, reclamar era ofensa. Tudo isso por 15 reais.
No terceiro e último dia, fomos lá de novo. E já no clima de despedida, estávamos conversando depois de cada um comer 2 Katsudon. Nisso o mudo do marido entrega um pratão de Milanesa de Mini Polvo. Era de presente pra nós! PQP!!! Que maravilhoso!! Comemos feitos uns retardados. Daí as meninas que estavam com a gente pensou em retribuir com a música do nosso coral.
Pensei na vergonha que ia ser. Fora os ocupantes do recinto. Tinha de tudo que é gente. Moças da noite a grande parte aprendiz de Yakuza, taxista, motorista de caminhão. Foda-se cantamos em japonês com a segunda voz e tudo.
Meu a senhorinha chorou tanto e outros clientes também estavam comovidos Foi muito bacana.
Como faz tempo, não lembro quem estava comigo. Cada coisa que já fiz nesse Japão HAHAHAHA
Texto escrito conversando com o @gustavo.huning
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