top of page
  • Foto do escritorAlexandre Tatsuya Iida

Do lixo ao Ouro


E continuando o post anterior… o Atum sofria um outro preconceito. Com o nome dele que era chamado de SHIBI しび e associado pelos Samurais como SHIBI 死日 ou “Dia da Morte”, o que acreditavam que se comer esse peixe, esse trágico dia poderia chegar a qualquer momento.


A sacanagem é que o seu primo, o KATSUO 鰹, tava todo “Bonito” lá de peito erguido, porque o termo KATSU 勝つ era direcionado a “Vitória”. Então os guerreiros apreciavam esse peixe.


Daí o pessoal resolveu mudar o nome de SHIBI para MAGURÔ pois se olhar o peixe por cima ele é preto. De MAKKURÔ foi mudando para MAGURÔ. O certo era chamar de Blackfin, mas tudo bem.


Voltando, a parte da barriga do Atum era chamado de ABU de ABURA que significa gordura, era tratado como lixo e ganhou o nome de NEKO MATAGUI 猫またぎ ou “Gato passa por cima” de tão ruim que era a peça.


Bom, já vimos que o Shôyu salvou a degradação do Atum e começou a mudar os olhos dos japoneses que inicialmente aceitaram comer. Só que ainda restrito às barracas e jamais eram servidos em restaurantes.


Hoje o cobiçado Bluefin do Pacífico ou HONMAGURO 本マグロ era o mais detestável pelo seu tamanho. Já o KAJIKI e o KIHADA se tornaram os queridinhos das barracas dos EDOMAEZUSHIs 江戸前寿司, por serem menores, magros, menores, mais baratos e não alteravam a qualidade.


Então em 1920, quando SHOJIRÔ YOSHINO preparava as peças de Atum, um cliente disse que queria experimentar “a parte esbranquiçada”. Preparou um Niguirizushi, passou brevemente no Nikiri Shôyu e serviu.


O cliente amou e descreveu: “Sinto um TOROMI, uma cremosidade de sabor do peixe que está maravilhoso.” Então surge o termo TORÔ, atrelado à parte gorda do Atum. E em tempos, esta parte foi procurada timidamente por outros clientes.


Quem "criou" o TORÔ foi um cliente. HAHAHAHA e hoje vale uma fortuna!!

18 visualizações0 comentário

Posts Relacionados

Ver tudo

Comments


bottom of page