Muitos Itamaes e historiadores dizem: “Para entender o Washoku, estude o Sake”. Já falei bastante que a região de Kantô (Tokyo como principal) tempera bastante os seus pratos, enquanto a região de Kansai (Osaka como principal) realçam mais o sabor original dos ingredientes. Óbvio que isso não é uma regra.
Em muitos registros e livros, apontam que a logística do Sake de Kansai para Kantô se deu a essa diferença de temperos. Não que o sake seja diferente, mas chegava diferente em Edo (Tokyo). Explico.
No período Edo (pra variar), Osaka era a principal província comercial pois reunia os principais produtos do oeste japonês e enviava para Edo por via marítima. Acontecia com os sakes também pois ficava bem próximo de grandes centros produtores de sakes como Kyoto, Hyogo, Okayama e Nara.
Com a mudança da capital de Kyoto para Edo, a demanda cresceu bastante e influenciou na mudança do tamanho das embarcações à vela, devido ao tamanho dos barris de credo, os SAKADARUs 酒樽
A viagem durava mais de 15 dias e a bebida ia pegando o gosto, cor e aroma forte da madeira, quando chegava no porto de Shinagawa (Edo).
Apesar do pessoal da antiga Tokyo adorarem o sake vindo de Kansai, perceberam que a bebida atropelava a comida, já que o arroz não era consumido no dia a dia. Então os restaurantes que serviam os sakes, precisavam temperar mais a comida.
Enquanto isso, o pessoal de Kansai não entendia a empolgação dos Edokkos que destacavam o aroma. Lógico que não entendiam. Na fonte, eram transportados em cerâmicas que não transmitem cheiro e nem sabor.
Nos dias de hoje, com a “globalização” dos sabores, a região de Kansai precisou se adaptar aos vários gostos e se tornou a Terra dos Tarês e SÔSSU (Sauce).
Que coisa, né?
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