Muita gente me pergunta, quase que diariamente, se o Sake DAIGUINJO 大吟醸 é melhor ou não. E ao mesmo tempo, vejo nas redes sociais o povo se gabando que está comendo um Torô.
E queria aproveitar para explicar os dois lados dos dois produtos e dizer que tem o seu lado bom e ruim, dependendo do ponto de vista de cada um.
Vamos conhecer a grosso modo, as principais partes do atum que muitos já conhecem: ÔTORO (Barriga do Atum), CHÛTORO (Parte da gordura que percorre toda a pele) e AKAMI, a parte vermelha, magra e corresponde a 85% de toda a carne do peixe.
E quando falamos das categorias dos Sakes, assim bem por cima, temos: DAIGUINJO com menos de 50% de beneficiamento do arroz, GUINJO com menos de 60% e JUNMAI e HONJOUZOU com menos 70% de uso do arroz.
Então, no sake, quanto mais polido for o arroz, mais refinado fica o sake, elegante, frutado ou floral, bem delicado. Claro que existem ainda fatores como a levedura e o arroz maltado que moldam o perfil da bebida. Mas estou fazendo um resumo.
Dito isso, vamos ver a bagaça. Tanto para o Sake e para o Atum, o ÔTORO e o DAIGUINJO são produtos nobres, bem caros, e se consegue extrair ou produzir uma pequena quantidade. Ambos são delicados, frágeis e sensíveis à mudança de temperatura. São bem cotados, cobiçados e geram discussões por horas.
Na outra extremidade também tem algo em comum que é a complexidade no sabor. Na parte magra do Atum, tem mais umami, ferro, mais sabor, pode fazer o ZUKÊ e outros temperos, várias maneiras de cocção. No Sake também, rico em umami por causa dos aminoácidos, pode aquecer a bebida, ampla forma de beber.
O ponto de equilíbrio, que é o chamado zona de conforto que não erra na hora de harmonizar. Pode se ter o melhor das duas pontas.
Agora, na minha preferência, gosto dos Junmai comuns e do Akami, pois como e bebo muito, e o bolso não aguenta.
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